09 outubro, 2007

DO CORAÇÃO VEM A TINTA QUE PINTA A MINHA POESIA

Nascido em Paços de Gaiolo, conc. de Marco de Canaveses, Jacinto Ferreira de Sousa Pinto, pequeno adolescente ainda, sente-se perseguido pelo prazer da poesia como um jogo: este natural pendor acompanha-o nos 25 anos de Angola. No regresso, trazendo consigo um punhado de quadras, é ele próprio que persegue o mistériopoético e desvenda em Albufeira os segredos escondidos da palavra e do poema: «Este embrião de poeta/comigo em Paços nasceu, / mas só atingiu a meta no Algarve, / onde cresceu. »Jacinto fixa-se na redondilha, o ritmo espontâneo da fala em lingua materna. Em verso solto ou preso ao mote, ele mostra-se cativo da rima interna. O livro, a todos acessível, constitui um hino à graça e harmonia da natureza. Crítica enérgica da sociedade, é simultaneamente o canto da poesia como expressão dos valores universais, capaz de mobilizar e transformar o homem. É o elogio do amor personificado na mulher e é o canto e o encanto da criança para quem reverte o produto da obra.
Do Coração Vem a Tinta que Pinta a Minha Poesia é, em suma, a sedução pela palavra e pelo mistério poético, campo imenso de liberdade para o falante, onde se abraçam vontade, criatividade, humildade: «Não há poesia sem arte, / sem arte jamais se faz. / É mais fácil ir a Marte / que criar poesia capaz»




J.Ruivinho Brazão
Publicado por: A.David

1 comentário:

Rui Carlos disse...

Gostei imenso da descrição do poeta (meu primo).
Um abraço ao autor do texto
Rui Pereira
Paços de Gaiolo